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Tempo sobre Espaço é uma pesquisa visual que justapõe dois tipos de representação da mesma paisagem. De um lado temos a fotografia – mãe primordial das imagens técnicas – e do outro a simulação em 3D disponível no ambiente virtual do Google Earth.
Comparação
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exercício de “fotografar” em 3D
As imagens extraídas do banco de dados do Google Earth são tentativas de reproduzir a fotografia com a qual fazem par. O processo de captura virtual busca reproduzir o enquadramento da forma mais aproximada dentro das possibilidades executáveis da ferramenta no momento. As “google views” são também “fotografias” no sentido em que são igualmente definidas pelo ato de selecionar e registrar uma porção de espaço (e tempo) a partir de uma extensão – ainda que virtual.
Os pares de fotografias de São Paulo e suas respectivas visualizações no aplicativo Google Earth 3D são frequentemente alinhadas pelo horizonte.
referencia temporal
As vistas capturadas no Google Earth contêm informações que simulam a data e o horário em que a fotografia de referência foi realizada. A simulação de tempo neste aplicativo se restringe à projeção das sombras dada pelo posicionamento do sol, que ocorre sem tanta precisão. É evidente a dificuldade instrumental em representar justamente o maior indicador da passagem do tempo sobre uma paisagem: a variação atmosférica. A fim de evidenciar o efeito em certa medida arbitrário advindo com a operação sintética na representação da simulação, a cor de fundo é escolhida a partir de um ponto na foto de referência. Mas entre tantas cores possíveis, há uma escolha direcionada, que evoca uma sensação subjetiva do “clima” da foto.
À direita: chuva chegando na Sé. À esquerda vemos que o Google Earth ainda não fazia uso das informações climáticas obtidas por satélites.
empilhamento de tempos
Repetição com variação
Os ensaios fotográficos são compostos em seqüências de registros do mesmo local feitos sempre com variações de horário, frequentemente também com mudança de data, ou ainda, leves deslocamentos de enquadre.
Projeção de luz sobre blocos de espaço
A ideia de “tempo sobre espaço” se delineia a partir da convivência com estes instrumentos de simulação espacial, particularmente no que diz respeito à experiência de poder escolher uma data passada na simulação e “assentar” aquele tempo sobre a paisagem.
Recorte topográfico
A escolha dos locais representados resulta da combinação de fatores tais como: oferecer amplo campo de visão, facilidade de acesso recorrente, e que pelo menos algum elemento icônico da paisagem já estivesse disponível em 3D no Google Earth, quando a pesquisa iniciou em 2009.
Onde estão os corpos na paisagem virtual?
Quando aceleramos a transição nos comandos “Luz do Sol” ou “Imagens Históricas” criando um Time-Lapse no Google Earth, há algo vital que escapa. O Google geralmente apaga as pessoas e os carros, dando a sensação de cidade fantasma. Na apresentação inicial do projeto tal contraste foi reforçado com vídeos mostrando a metrópole-formigueiro, pulsante e acelerada.
TEMPO SOBRE ESPAÇO
2010
1/5
Ensaio imagético comparativo
33 impressões com pigmento mineral em papel Luster
30 x 80 cm cada; quatro vídeos em monitores (durações variadas; média 2 min loop)
Vista da montagem na exposição História de Mapas, Piratas e Tesouros, Itaú Cultural, 2010.
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